Um dos mercados mais promissores do país é o de produtos naturais que, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em 2021 abriu, no Brasil todo, 138.795 estabelecimentos, o maior número dos últimos nove anos. A variação empresarial de 2013 até 2022 foi de 127,64%, e a tendência dos últimos cinco anos das lojas de produtos naturais foi de 25%.
De acordo com o Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (IQ-Unesp) em Araraquara, e o Chemical Abstracts Service (CAS) – divisão da Sociedade Americana de Química, o Brasil tem a segunda maior base de dados de produtos naturais do mundo, com 54 mil compostos provenientes da biodiversidade brasileira catalogados. O país reúne aproximadamente 20% de todas as espécies do mundo e perde apenas para a China no ranking de dados.
A vasta biodiversidade brasileira permite a produção de medicamentos, cosméticos e produtos em geral, especialmente alimentos. O Paraná é um expoente na produção de orgânicos e possui 3.916 produtores de orgânicos certificados, o maior número no Brasil – correspondendo a 16% dos agricultores do país, segundo o Ministério da Agricultura. A estimativa é que a produção orgânica do Paraná seja de 50 mil toneladas/ano, desde hortifrúti, grãos, mandioca, até cestas de produtos entregues em casa.
O Conselho Brasileiro de Produção Orgânica e Sustentável (Organis) afirma que 15% da população brasileira consumiu algum produto orgânico ou natural nos últimos dois meses e a maior procura por este tipo de produto, cerca de 34%, está na Região Sul, número que é o dobro do consumo nacional.
Pesquisa do Sebrae/PR com 200 empresários, realizada entre agosto e setembro de 2019, apontou um aumento de 66% no número de consumidores de estabelecimentos e novos produtos dentro do segmento de produtos naturais em Curitiba. E mais: 91% deles afirmam que o mercado de produtos naturais avançou nos últimos anos.
A empresa curitibana Tainá Alimentos, um dos principais players do setor, endossa a pesquisa e vê o mercado de produtos naturais crescendo dia após dia. Com mais de 250 itens entre frutas secas, grãos, farinhas, oleaginosas, chás, temperos e cereais – todos livres de glúten e proteína do leite de vaca -, comercializados em caixas e sacas fechadas de 10 a 30 kg e também fracionados de 1kg a 200g, a empresa não para de crescer.
A Tainá Alimentos também investe pesado no segmento de produtos para celíacos, aqueles que não podem consumir glúten. A empresa consegue ter em seus produtos apenas 5 ppm, ou seja, muito abaixo da média mundial (20 ppm), um resultado decorrente do alto investimento em tecnologia da empresa.
As matérias primas da Tainá Alimentos passam por análises sensoriais e testes em laboratório para aprovação e somente após passar por todos esses testes, e também após uma quarentena, os produtos vão para o depósito onde serão fracionados e comercializados. Todos os lotes recebidos são avaliados e uma amostra é retirada para a retenção e monitoramento dos produtos.
Fonte: Gazeta do Povo
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